“A necessária transposição”. Com esse título, Francisco de Sales Matos, Professor da UFRN, Procurador do RN e
Membro da Academia de Letras Jurídicas, em artigo na Tribuna do Norte sobre a transposição
das águas do rio São Francisco, disse que “a Transposição beneficiará diretamente 12 milhões de pessoas com a
captação de apenas 1,4% das águas que encerram a vazão do "Velho
Chico". Comporá a obra dois eixos de transposição. O primeiro é o Eixo
Norte que terá um percurso de 400km. As águas serão captadas na altura da
cidade de Cabrobó, em Pernambuco, e daí transpostas aos rios Salgado,
Jaguararibe, Apodi e Piranhas-Açu, para alimentar uma série de barragens, parte
delas já prontas e acabadas, como é o caso das de Atalho e Castanhão, no Ceará;
Armando Ribeiro Gonçalves, Santa Cruz e Pau dos Ferros, no Rio Grande do Norte;
Engenheiro Ávidos e São Gonçalo, na Paraíba. Em Pernambuco, a previsão é a
disponibilização de águas para atender a demanda dos municípios banhados pelas
bacias dos Rios Brígida, Terra Nova e Pajeú, que compartilham a Bacia do São
Francisco. Na região de Brígida (PE), uma ramificação do canal de transposição
com cerca de 110 km de extensão está previsto para conduzir parte das águas até
os açudes de Entre Montes e Chapéu.
Já o Eixo Leste terá 220 quilômetros de extensão, partindo da barragem de Itaparica, no município de Floresta (PE), alcançará o Rio Paraíba, na Paraíba, daí seguirá até atingir os reservatórios existentes nas bacias receptoras, tais como Poço da Cruz, em Pernambuco, e Epitácio Pessoa (Boqueirão), na Paraíba. O projeto contempla também obras complementares a serem construídas para transferir parte da vazão para as bacias do Rio Pajeú, Moxotó e para região Agreste de Pernambuco, através da construção de um ramal de 70 km que interligará o Eixo Leste à bacia do Rio Ipojuca.
Segundo informações disponibilizadas pelo Ministério da Integração Nacional, a engenharia dos eixos de integração consiste em canais abertos, de seção trapezoidal de 25 metros de largura e cinco de profundidade, impermeabilizados com geomembrana protegida por uma camada de 5cm de concreto. Nas regiões de travessia de riachos e rios serão construídos aquedutos. Para ultrapassar regiões de maior altitude, serão construídos túneis. Para chegar ao seu destino, as águas devem vencer barreiras impostas pelo relevo. Nove estações de bombeamento para elevar a água serão construídas: três no Eixo Norte, para vencer altitudes de 165 m e seis no Eixo Leste, onde as águas serão elevadas à altitude de 304 m. Está prevista ainda a construção de 30 barragens ao longo dos canais, que funcionarão como reservatórios de compensação para permitir o escoamento da água mesmo durante as horas em que o bombeamento esteja desligado (3 a 4 horas por dia).
Bom, o fato é que fazer a transposição realmente não custa barato e mantê-la funcionando muito menos, dizem os que se opõem a efetivação do projeto. Ocorre que, essa mesma história ouvi nos idos de 1995 quando o governo do Rio Grande do Norte se programava para implementar o sistema de adutoras, projeto ampliado pelos governos que se seguiram. Naquela época o agourento dizia: "o Estado vai quebrar porque a conta de luz vai ser estratosférica". Sinceramente, não sei o que seria do nosso Estado e do Nordeste como um todo não fora o sistema de barramentos levado a efeito. Não sei o que seria da rede de municípios que se servem das águas da barragem Armando Ribeiro Gonçalves, apenas para exemplificar. Seria de se temer pela própria vida humana. Consoante informações que nos chegam, estudos sobre a perspectiva do consumo de água no planeta apontam que a continuar no ritmo atual de consumo e com a infraestrutura que dispomos, dentro de 50 anos, 40% a população mundial sequer terá água para banho. E aí, vamos esperar por essa tragédia, se temos condições de preveni-la?”
Fonte: Tribuna do Norte
Já o Eixo Leste terá 220 quilômetros de extensão, partindo da barragem de Itaparica, no município de Floresta (PE), alcançará o Rio Paraíba, na Paraíba, daí seguirá até atingir os reservatórios existentes nas bacias receptoras, tais como Poço da Cruz, em Pernambuco, e Epitácio Pessoa (Boqueirão), na Paraíba. O projeto contempla também obras complementares a serem construídas para transferir parte da vazão para as bacias do Rio Pajeú, Moxotó e para região Agreste de Pernambuco, através da construção de um ramal de 70 km que interligará o Eixo Leste à bacia do Rio Ipojuca.
Segundo informações disponibilizadas pelo Ministério da Integração Nacional, a engenharia dos eixos de integração consiste em canais abertos, de seção trapezoidal de 25 metros de largura e cinco de profundidade, impermeabilizados com geomembrana protegida por uma camada de 5cm de concreto. Nas regiões de travessia de riachos e rios serão construídos aquedutos. Para ultrapassar regiões de maior altitude, serão construídos túneis. Para chegar ao seu destino, as águas devem vencer barreiras impostas pelo relevo. Nove estações de bombeamento para elevar a água serão construídas: três no Eixo Norte, para vencer altitudes de 165 m e seis no Eixo Leste, onde as águas serão elevadas à altitude de 304 m. Está prevista ainda a construção de 30 barragens ao longo dos canais, que funcionarão como reservatórios de compensação para permitir o escoamento da água mesmo durante as horas em que o bombeamento esteja desligado (3 a 4 horas por dia).
Bom, o fato é que fazer a transposição realmente não custa barato e mantê-la funcionando muito menos, dizem os que se opõem a efetivação do projeto. Ocorre que, essa mesma história ouvi nos idos de 1995 quando o governo do Rio Grande do Norte se programava para implementar o sistema de adutoras, projeto ampliado pelos governos que se seguiram. Naquela época o agourento dizia: "o Estado vai quebrar porque a conta de luz vai ser estratosférica". Sinceramente, não sei o que seria do nosso Estado e do Nordeste como um todo não fora o sistema de barramentos levado a efeito. Não sei o que seria da rede de municípios que se servem das águas da barragem Armando Ribeiro Gonçalves, apenas para exemplificar. Seria de se temer pela própria vida humana. Consoante informações que nos chegam, estudos sobre a perspectiva do consumo de água no planeta apontam que a continuar no ritmo atual de consumo e com a infraestrutura que dispomos, dentro de 50 anos, 40% a população mundial sequer terá água para banho. E aí, vamos esperar por essa tragédia, se temos condições de preveni-la?”
Fonte: Tribuna do Norte