sexta-feira, 16 de abril de 2010

A FIGURA DO "CORONEL" ZÉ LÚCIO

Com o título "A figura do “coronel” Zé Lúcio" o jornal Tribuna do Norte, edição do dia 14/04/2010, publicou um artigo do Jornalista Ticiano Duarte, onde ele faz referencia ao livro recentemente lançado por José Alaí de Souza.

Foto do Jornalita Ticiano Duarte com o autor José Alaí, o Advogado Joanilson Rego e o Conselheiro Valério Mesquita, por ocasião do lançamento do livro "José Lúcio Ribeiro - sua trajetória de menino pobre a "coronel" do latifúndio e da política", lançado no Solar Bela Vista, em Natal, no dia 07 de abril de 2010.
Vejam a seguir o artigo do Jornalista Ticiano Duarte, na íntegra:


"A figura do “coronel” Zé Lúcio
Ticiano Duarte - jornalista
José Lúcio Ribeiro, “coronel” Zé Lúcio, como era conhecido em toda região do agreste de nosso estado, teve recentemente sua memória resgatada, pelo interessante trabalho do seu neto, José Alair de Souza, no livro – “José Lúcio Ribeiro. Sua trajetória de menino pobre a “coronel” do latifúndio e da política”.
Nos últimos anos da década de 1940, com a redemocratização do país, ouvia falar muitas estórias do famoso e prestigiado “coronel” que comandava a política nos municípios de Santo Antônio, Goianinha e nos antigos distritos de Brejinho, Espírito Santo e Várzea. Era poderoso dono de terras e de votos, imbatível nos pleitos que antecederam a eleição de 1960 que elegeu para o governo, o jornalista e então deputado federal, Aluízio Alves.
Contam que Zé Lúcio, que foi dissidente do seu partido, em 1960, não acompanhando o grupo majoritário liderado por Teodorico Bezerra e Sílvio Pedroza, fora convidado pelo governador Dinarte Mariz para informar sobre a situação eleitoral na região que atuava politicamente. Seu diagnóstico ganhou notoriedade, pela linguagem e comparação inéditas: “governador, esse tal de Aluízio é como aftosa no gado. Tá todo mundo contaminado. E depois que inventaram esse radinho de pilha, é mesmo que uma revolução. O homem está sendo ouvido até no meio do mato, onde não tem estrada”.
No ano de 1954, cobria, pelo “Diário de Natal”, os trabalhos da Assembléia Legislativa. Tive o privilégio de conhecê-lo de perto. Era totalmente diferente dos seus pares, na forma de vestir, de falar. Sentava na primeira cadeira da bancada pessedista. Quando um orador se demorava na tribuna, em pronunciamento enfadonho, ele cochilava à vontade, até o final do discurso que não o interessava. O seu cigarro era de palha, de fumo barato, enrolado num papel apropriado que ele conduzia no bolso do seu paletó de tecido rústico. A calça era segurada por um cinturão usado pelos vaqueiros.
Um dia, como o “Jornal de Natal”, de propriedade do ex-presidente Café Filho, dirigido por Djalma Maranhão, porta voz do PSP, vez por outra criticava sua atuação em Goianinha e nos municípios vizinhos, em defesa do seu opositor, Adauto Rocha, resolveu rebater as acusações, da tribuna da Assembléia. Levou um discurso escrito pelo então deputado estadual, Aluízio Bezerra, seu companheiro de partido. Leu com certa dificuldade, pausadamente. Quando encerrou, colocou o discurso no bolso do paletó e anunciou – “Agora, vou entrar nos avulsos”. Queria dizer, no improviso.
Em uma outra feita, quando do desentendimento entre os deputados Mota Neto e João Frederico, que quase iam às vias de fato, o primeiro descendo da tribuna e tentando agredir o segundo, com alguns integrantes da oposição exibindo armas, Zé Lúcio, pulou da cadeira como um gato, revólver à mão, apontando para o lado da bancada udenista. Perguntei-lhe depois de acalmado os ânimos:
- Deputado, o senhor foi tão ligeiro... Por quê?
- Sei lá o que queria a bancada da minha frente...
Na bancada de frente referida, estavam os udenistas, entre outros, Mariano Coelho, Cortez Pereira, Lindalva Torquato, Pereira de Macedo...
No governo de Aluízio Alves, na criação do município de Brejinho, compareci à solenidade de comemoração ao ato que emancipou o então distrito de Santo Antônio. Ele era o candidato, natural, a prefeito, com apoio do governador. Foi o principal orador, falando de improviso, criticando o número alto de impostos cobrados pelos municípios. Lá pras tantas, desabafou:
- Pra que a prefeitura com tanto dinheiro, meus senhores. Se a prefeitura não veste, não come, não calça?
Não se faz mais “coronéis” autênticos, como antigamente. Zé Lúcio entrou rico na política e saiu pobre. Deixou um legado de honradez, uma família numerosa que cultua sua memória, agora resgatada em livro, pelo neto".

sábado, 10 de abril de 2010

ANIVERSÁRIO DE 90 ANOS DE DONA EROTIDES

No dia 10 de abril a casa de Erotides Lúcio de Souza, em Boa Saúde, esteve em festa com a presença dos seus irmãos Capitão e Nenzinha, sobrinhos, filhos, netos, bisnetos e tataranetos, genros, noras, outros familiares e amigos. A razão para tanta gente reunida e o motivo da festa foi a comemoração dos seus 90 anos de vida. Uma história que começou no dia 10 de abril de 1920, na fazenda Várzea, no município de Goianinha, onde nasceu Erotides
filha do Coronel José Lúcio Ribeiro e Maria da Conceição Ribeiro. Com três meses de idade, sua mamãe faleceu e ela passou a ser criada pela tia Sofia, que mais tarde casou-se com o Coronel José Lúcio, assumindo a condição de sua mãe acolhendo-a com muito afeto. Erotides não tardou a chamar-lhe de mãe correspondendo à sua dedicação e carinho.
Erotides cresceu cercada de muito carinho. Moça feita frequentava as festas de Passagem, Espírito Santo e Goianinha na busca de um pretendente, até que em outubro de 1938 encontrou Manoel Teixeira de Souza (Nezinho) com quem se casou em fevereiro de 1940. Dessa união nasceram 16 filhos, sendo que 04 faleceram ainda criança.
Erotides, hoje, com 90 anos de idade, dos quais 70 vividos em Boa Saúde, é um exemplo de vida! Sua história é repleta de momentos de alegrias e de sacrifícios. É uma mulher forte! Uma vencedora! Tem um coração do tamanho do mundo! É uma mãe com todas as letras maiúsculas!
Que Deus lhe dê muitos anos de vida! Seu aniversário foi comemorado com uma Missa de Ação de Graças, às 16 horas na Igreja de Nossa Senhora da Saúde, celebrada por Padre César e contando com a participação do Ministério da Música. Em seguida, na sua residência, foi servido um lanche aos familiares e amigos presentes.
Vejam a seguir fotos do evento. Clique nas fotos para ver em tamanho maior.









quinta-feira, 8 de abril de 2010

JOSÉ ALAÍ LANÇOU LIVRO SOBRE O SEU AVÔ, O CORONEL JOSÉ LÚCIO RIBEIRO

No dia 07 de abril, às 19 horas no Espaço de Lazer e Cultura do SESI ou Solar Bela Vista, localizado em Natal, foi lançado o livro sobre o Coronel José Lúcio Ribeiro, escrito pelo seu neto, José Alaí de Souza, com o título: "José Lúcio Ribeiro - Sua trajetória de menino pobre a cononel do latifúndio e da política".
Nesses últimos 10 anos, José Alaí tem se dedicado a pesquisa e a escrever sobre as suas raízes, sobre os seus antecedentes, sobre a sua história. Assim: no ano de 2000, ele e sua irmão Maria de Deus escreveram a História de Boa Saúde; em 2003, ele e Socorro Souza escreveram a História da Família Souza, do Bom Pasto; em 2004, ele organizou e publicou uma seleção dos poemas de Antônio Zacarias e, agora, acaba de escrever a história do seu avô materno, José Lúcio Ribeiro.
A presente obra com prefácio do Escritor Valério Mesquita e comentários do Educador e Evangelista José Lúcio Ribeiro Filho (Jotha), num primeiro momento enfoca o poder e a força dos coronéis, desde o surgimento do coronelismo e sua importância no período da colonização, passando pela República, pelo Estado Novo e chegando aos dias atuais nas mais diversas formar de disfarce.
Em seguida, resgata a história do Coronel José Lúcio, desde o menino José nascido em 28 de outubro de 1886, na Zona da Mata Paraibana e que começou a trabalhar muito cedo e, também, muito cedo perdeu seu pai, ajudou sua mãe a criar os irmãos, trabalhou muito, prosperou e, de vendedor ambulante passou a ser dono de terras e de engenho e um político respeitado e de muito prestígio no Litoral Agreste do Rio Grande do Norte.
Para José Alaí o resgate da memória do seu avô José Lúcio é de suma importância para os seus descendentes e para a história política do Rio Grande do Norte, devido o seu exemplo como cidadão e a sua presença marcante como homem público na maioria dos municípios do Litoral Agreste do Estado, tendo sido Prefeito de Santo Antônio e Brejinho e Deputado Estadual, sendo o segundo mais votado em 1954.
Nascido na Fazenda Belo Horizonte, em 1940, quando ainda era comum, os primeiros netos nascer na casa dos avós maternos sob os cuidados de uma “comadre” ou “parteira curiosa”, José Alaí guarda lembranças do convívio com o seu avô José Lúcio: “Quando menino, apesar da distância, entre Boa Saúde e a fazenda Belo Horizonte, eu sempre passava alguns dias das férias escolares com os meus avós maternos. Vem daí as primeiras lembranças e impressões a respeito do meu avô José Lúcio, a quem eu chamava de pai Lúcio e, da minha avó Sofia, a quem eu chamava de mãe Sofia. Para mim, tudo na casa-grande e no seu entorno, era motivo de admiração, principalmente a afluência de pessoas que procuravam o meu avô e buscavam nele a solução de algum problema. O fato de o chamarem de coronel, para mim, naquela época, não fazia diferença alguma se o chamassem apenas de “Seo” José Lúcio. Eu não tinha condições, ainda, de assimilar o significado, o peso e o poder das pessoas detentoras de tal título”.
O lançamento do livro de José Alaí foi bastante prestigiado pelos seus familiares e amigos. A referida publicação pode ser adquirida na Livraria Siciliano, no Midwai Mall em Natal. Em Boa Saúde, no Box do Artesanato.
Vejam a seguir algumas fotos do evento. Clique nas fotos para ver em tamanho maior.



















ALGUMAS DAS MENSAGENS RECEBIDAS
Caro José Alaí,
Vivo fosse, o coronel José Lúcio estaria orgulhoso de você. Desceria do alto da patente com que a guerra da vida o condecorou para, humilde e agradecido, abraçar o neto escritor. Ele faria isso, certamente, muito menos pela própria história narrada, e, muito mais, por ver em um dos seus descendentes o cultivo das letras que lhe escaparam ao domínio de um saber arguto e empírico.
"As pessoas de qualidade", segundo o teatrólogo francês Molière, "sabem tudo sem nunca ter aprendido nada". Acredito não haver melhor definição da personagem biografada.
Peço desculpas pela ausência deste momento importante para Boa Saúde e região e o parabenizo por mais este elevado gesto de cultura e cidadania.
Sinceramente,
Nizardo e família
João Pessoa, 07/04/10
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Meu amigo,
Lamento não poder comparecer.Desejo todo o sucesso no lançamento do seu livro.
bjs, Nina (Brasília)
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Prezado Zé Alaí,
Meus parabéns pelo lançamento do livro sobre seu avô.
Se tivesse ai com certeza iria prestigiá-lo. Quem bom, os dois
aposentados e se dedicando a escrever, livros e poemas.
Abraços,
Vitória. (Brasília)
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José Alaí,
Desejamos sucesso neste mais novo lançamento; infelizmente não poderemos comparecer mas da nossa Boa Saúde estamos felizes pelo filho escritor que possuímos.
Abraços,
Manoel Ribeiro e família
Manoel Bernardino e família (Boa Saúde)
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Prezado José Alaí,
Parabéns pelo lançamento de seu livro. Estou no Rio e espero que tenha êxito no seu lançamento.
Dom Heitor
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Queridos José e Eridante,
vejam-me sentado na primeira fila, aplaudindo, com muito entusiasmo, o grande descobridor de pérolas: a história dos nossos ancestrais. Não pare aí. Qual a temática do próximo livro?
Com entusiasmo, Otto. (Otto Santana)
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José Alai, parabens pelo lançamento do Livro e obrigado pelo Convite. Você me alcançou em Bruxelas onde passamos a caminho de Roma onde vou participar de um congresso da União do Apostolado Católico de 8 a 13 de abril. Como vê é impossivel estar em Natal no dia 7, mas assim que for possivel envie-nos dois exemplares do mesmo e mande a conta do banco para depositarmos o valor devido. Uma feliz pascoa para você e para todos os nossos amigos de natal. Joaquim Accyoli
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Caro Amigo José Alaí,
Primeiramente gostaria de pedir desculpas por nao ter comparecido neste grande momento em sua vida, mas com certeza deve ter sido magnifico, e que outros lancamentos tenhamos futuramente, e quem sabe em outros estarei presente,parabéns pela obra, abracos.
Max

quinta-feira, 1 de abril de 2010

UMA FELIZ PÁSCOA



Possamos neste domingo
A Páscoa comemorar!
Ele é um domingo de festa
De alegria sem par!
É o dia que melhor se presta
Para a nossa passagem marcar!

Passagem, entenda-se que,
É mudança, transformação
Do nosso modo de ser,
De se comportar e viver...
É alteração de sentido,
De rumo, de direção
Do que se costuma crer
E fazer através de nossa ação.

Então, Feliz Páscoa para quem
Já não lamenta, mas luta,
Não revida, mas desculpa,
Não grita, nem agride ninguém,
Usa agora a paciência
Substituindo a violência
Já que a ninguém faz o bem!

Feliz Páscoa para quem
Ao jogar fora o preconceito,
Acolhe o pobre, o indigente,
Reconhece que negro é gente,
Que índio tem valor e direito.

Feliz Páscoa a quantos forem
Os que socorrem e prestam favores,
Sem disso se orgulhar!...
Aos que sem esperar recompensa,
Não maltrata, não condena,
Não fraqueja na sua crença,
Se o socorrido as costas lhe virar.

Feliz Páscoa a todos aqueles
Que crescem com a justiça
Que não tem mais como aliado
Nem a mentira e a preguiça.
A exploração não tem cultivado,
Seu trabalho é o resultado
Do que faz com amor e com gosto
Por sua capacidade
E o suor do seu rosto.

Feliz Páscoa, Feliz Páscoa
A quem sua vida quis mudar!
Pequenos ou grandes gestos,
Em qualquer espaço e lugar,
São sinais de nova vida
Ressurgindo com alegria!
Há que se comemorar,
Passagem assim tão bonita!

Que Jesus ressuscitado,
Antes de subir de vez
Para sua vida nova no Pai,
Abençôe as mudanças todas
Que cada um na vida fez!

Eri Paiva
Natal/RN/Brasil
Poesia produzida em 06.04.2009