segunda-feira, 22 de março de 2010

LIVRO SOBRE CORONEL JOSÉ LÚCIO RIBEIRO


No próximo dia 07 de abril, às 19 horas, no Solar Bela Vista, em Natal será lançado o livro: José Lúcio Ribeiro – Sua trajetória de menino pobre a “coronel” do latifúndio de da política, escrito pelo seu neto José Alaí de Souza, com prefácio do Escritor Valério Mesquita e orelha assinada pelo Professor e Evangelista José Lúcio Ribeiro Filho (Jotha)..
O conteúdo está dividido em duas partes:
1) O poder e a força dos coronéis: Enfoque sobre o surgimento do coronelismo e sua importância no período da colonização, passando pela República e pelo Estado Novo e chegando aos dias atuais nas mais diversas formar de disfarce, mesmo com a atual legislação eleitoral;
2) O Coronel José Lúcio Ribeiro: Resgate da história do Coronel José Lúcio, desde o menino José nascido há 122 anos na Zona da Mata Paraibana, que começou a trabalhar muito cedo e, também, muito cedo perdeu seu pai, ajudou sua mãe a criar os irmãos, trabalhou muito, prosperou e, de vendedor ambulante passou à condição de dono de terras e de engenho, tornando-se um político respeitado e de muito prestígio no Litoral Agreste do Rio Grande do Norte.

No prefácio, o Escritor Valério Mesquita, faz a seguinte consideração sobre o Coronel José Lúcio: “A simples menção do nome do“coronel” Zé Lúcio costuma evocar causos famosos nas rodas políticas de Natal e de cidades do interior, não importando se verdadeiros ou se meras invencionices de seus conterrâneos da região agreste do Rio Grande do Norte, notadamente dos municípios de Goianinha, Várzea, Espírito Santo, Santo Antônio e Brejinho, onde a presença do velho “coronel” era mais marcante. De fato, o “coronel” Zé Lúcio protagonizou muitos causos famosos, hoje consignados nos compêndios do gênero, como os nossos Poucas e Boas e Causos 2001. Entretanto, pessoas que privaram de sua amizade sempre fazem uma ressalva a essa folclorização, considerando que ela limita sua dimensão humana, na medida em que ignora outras características que o definiriam melhor”. E, mais adiante sobre a obra escrita por José Alai, o Escritor Valério Mesquita comenta: “Agora, lendo este livro de José Alaí de Souza, quase um tratado de sociologia do fenômeno do coronelismo nordestino (o autor é neto por parte de mãe de Zé Lúcio), podemos entender a razão da ressalva já referida. De fato, o “coronel” Zé Lúcio foi muito mais do que um personagem de causos políticos. A descrição de sua história de vida, de menino pobre nascido na Zona da Mata da Paraíba e que, com a perda prematura do pai, teve de trabalhar desde criança para ajudar sua mãe a criar os 11 irmãos mais novos, nada tem de folclórica! Pelo contrário, é um caso bem assentado na realidade do sertão e do agreste nordestinos, onde os índices de mortalidade sempre foram elevados, o que significou a morte muitas vezes precoce dos chefes de família e a orfandade prematura de crianças e mães desamparadas. Felizmente, porém, os infortúnios da meninice não deixaram sequelas no caráter de Zé Lúcio, nem o tornaram uma pessoa amarga ou infeliz. Pelo contrário, com a superação dos seus problemas financeiros e com a consolidação do seu patrimônio material e político, agora como fazendeiro definitivamente integrado à vida potiguar, Zé Lúcio passou a exibir o porte de um vencedor”.
O Professor e Evangelista José Lúcio Ribeiro Filho (Jotha), filho do Coronel José Lúcio, assim se refere ao seu genitor “o coronel Zé Lúcio, deixou marcas indeléveis em sua trajetória neste Estado, quer na vida pública, quer no folclore, e pautou uma conduta moral e civil, capaz de orgulhar todos os seus descendentes, apesar de impulsivo. Foi um homem corajoso, topava qualquer parada e não temia seus adversários, nem como competidores políticos, nem como meros homens; homem de uma estatura mediana, (1,68 mt. de altura) de uma compleição física razoavelmente forte, musculosa, de uma moral ilibada e honesta à toda prova, enriquecidas de uma índole caridosa, benigna, muito gentil e incisivo em suas ações. Sua palavra era sempre dita em linha reta, sem tergiversar; quando fazia promessas a quem o procurava, as cumpria tempestivamente; era um bravo camponês de uma envergadura moral atestada por quem o conhecia, cumpridor da palavra quando a empenhava, atraindo o respeito e a reverência de quantos se relacionava consigo. Muito trabalhador, incansável e operoso, a ponto de aos 82 anos ousar realizar atividades pesadas em sua propriedade rural, como que desafiando gerações. Concluo este sucinto relato sobre o meu genitor, acrescentando minha admiração ao bravo, inteligente e meticuloso escritor José Alaí de Souza, pelo seu denodo e empenho em trazer a lume, a história de um honrado brasileiro, quiçá no esquecimento dos poucos contemporâneos seus ainda vivos, ensejando aos muitos das novas gerações, ouvirem, aprenderem e contarem às gerações vindouras, os exemplos de luta, bravura e dignidade que permearam a vida desse brasileiro, natural do Estado da Paraíba, radicalizado norte-riograndense, que ficarão registrados em nossa história, como uma vida e um exemplo. Felicito-o pela brilhante iniciativa e desejo que seu esforço seja coroado de muito sucesso”.