domingo, 8 de setembro de 2013

PROTESTOS NO DIA DA INDEPEN DÊNCIA


Neste sábado 7 de setembro, os protestos reuniram cerca de 17 mil pessoas, segundo estimativa. No dia 20 de junho, auge das manifestações, mais de 1 milhão de pessoas foram às ruas em todo o país.

Os protestos do 7 de Setembro são organizados há quase duas décadas pelo Grito dos Excluídos, sindicatos e movimentos sociais em defesa da justiça social. Neste ano, porém, vários grupos convocaram protestos pela internet com demandas como o fim da corrupção e contra a realização da Copa do Mundo e da Olimpíada no Brasil. Decisões judiciais que proibiram o uso de máscaras e gorros em manifestações populares também foram alvo das manifestações.

Apesar de desfiles cívicos terem ocorrido de forma pacífica na maior parte do país, houve confrontos em Salvador, Fortaleza, Brasília, Vitória, Belo Horizonte, Belém, Recife, Rio de Janeiro, Natal, Porto Alegre e São Paulo. Manifestantes, parte deles encapuzados, depredaram prédios, ônibus, queimaram bandeiras e apedrejaram policiais. A polícia também usou gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral.

Em Brasília, o desfile foi aberto pela presidente Dilma Rousseff. A festa na Esplanada ocorreu sem problemas. Mais tarde, no entanto, manifestantes iniciaram a Marcha Contra a Corrupção, e houve confronto em diversos pontos da capital federal. Um fotógrafo foi ferido. O grupo tentou furar o bloqueio da polícia no acesso ao estádio Mané Garrincha, onde haveria jogo da seleção.

No Rio de Janeiro, pelo menos 24 pessoas foram detidas e 13 ficaram feridas no Centro. A área do desfile cívico foi invadida. Houve relatos de uso de balas de borracha e de testemunhas que disseram ter ouvido tiros. Os manifestantes se deslocaram desde a Presidente Vargas até a Cinelândia. As famílias que assistiam à parada militar tiveram que se esconder às pressas, inclusive crianças e idosos. No fim da tarde, também houve confusão nas Laranjeiras, com pelo menos 77 detidos.

Em São Paulo
manifestantes mascarados carregaram uma faixa "Fora Alckmin" durante protesto na Avenida Paulista. Parte do comércio que permanecia aberta teve de ser fechada diante de tentativas de depredação de agências bancárias e bancas de jornais. Mais cedo, o Grito dos Excluídos se concentrou na região entre a Avenida Paulista e o Parque do Ibirapuera, na Zona Sul da cidade, enquanto o desfile cívico aconteceu dentro do sambódromo no Anhembi, na Zona Norte. Os protestos reuniram ao menos 2.000 pessoas.
 

Em Belo Horizonte, a polícia usou taser, arma de choque não-letal, para conter os manifestantes na Praça da Liberdade, onde policiais e manifestantes entraram em confronto. Um dos integrantes do protesto fez bunda-lelê para um policial, e a Tropa de Choque entrou em ação. Houve correria e várias pessoas foram algemadas. Algumas caíram no chão. 21 foram detidos.
Em Porto Alegre, três manifestantes foram detidos com facas, segundo a Brigada Militar. Bancos foram depredados. Um grupo subiu no arco da estrutura da estação do Trensurb no centro.
Em Curitiba"Mostra a cara Brasil" foi o grito dos manifestantes em Curitiba, onde 27 foram detidos. Alguns portavam bombas caseiras e tinta spray. Cerca de cem policiais também protestaram, em homenagem ao superintendente morto durante a escolta de um preso.
Em Fortaleza, pelo menos 30 pessoas foram levadas à delegacia. Um deles foi flagrado com um estilingue.
 Em Natal, um manifestante mascarado foi preso por suspeita de ter quebrado uma placa de sinalização, provocando confusão entre policiais e manifestantes.
Em Salvador dois ônibus foram apedrejados no bairro de Nazaré. Houve confronto, corre-corre nas ruas, e bombas foram disparadas. Janelas dos coletivos foram estilhaçadas. O trânsito ficou bloqueado na avenida e em outros pontos da região central da capital baiana.
Em Goiânia, após o desfile, a PM permitiu que os manifestantes caminhassem pelas ruas por onde passaram os militares. O protesto terminou sem registro de confrontos.
Em Vitória, os manifestantes que saíam da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes)  foram dispersados pela Tropa de Choque. O motivo apresentado pela PM foi de que um acordo feito com manifestantes decidiu que uma via seria deixada livre em todo o trajeto da passeada, o que não foi cumprido desde o início.