Hoje em dia, as corujas ou rasga-mortalhas pouco aparecem nas noites claras de Boa Saúde, ao contrário do tempo em que não existia energia elétrica e a igreja antiga, às escuras, era um ambiente propício para o seu esconderijo e a caça aos morcegos.
Isso faz parte da memória de alguns moradores mais antigos de Boa Saúde que acreditavam, pelos seus vôos rasantes, canto estridente e rasgado nas noites escuras, que as visitas das corujas ou rasga-mortalhas eram sinais de mau presságio de acontecimentos indesejáveis, inclusive mortes de pessoas da comunidade.
Símbolo da sabedoria, da filosofia e da pedagogia devido à inteligência, astúcia, sensibilidade, visão e audição acuradas, as corujas estão entre as aves de rapina protegidas por lei em vários países. No Brasil, a caça e comercialização deste animal são proibidas pela lei de proteção à fauna silvestre.
Existem várias espécies de corujas. As mais comuns são as Tyto Alba, mocho-orelhuda, buraqueira e coruja-do-mato. A Tyto Alba é conhecida popularmente como coruja-de-igreja. É uma das espécies mais comuns no Brasil. Além da fama de boa caçadora, tem os ouvidos extremamente apurados, sendo capaz de apanhar um rato vivo sob total escuridão. Para não ser ouvida enquanto ataca, a coruja tem asas com forma e penas especiais, que emitem o mínimo possível de som durante o vôo.
A coruja tem como principais fontes de alimento: roedores, morcegos, anfíbios, lagartos, cobras e pequenas aves. Tem hábito noturno e procura abrigo em galpões, sótãos e torres de igreja.
A coruja-de-igreja mede cerca de 40 centímetros e a envergadura de suas asas pode chegar a 90 centímetros. Como não consegue mover os olhos, a coruja possui grande flexibilidade no pescoço, girando até 270º e praticamente conseguindo ver o que está acontecendo atrás de si sem mover o corpo.
As corujas têm como características comuns:a cabeça branca em forma de coração e o pio esganiçado e forte. O ruído lembra o de um tecido rasgado com força, o que lhe valeu o apelido de rasga-mortalha. Tem outro piar mais agudo e repetitivo para acasalamento. Se surpreendida no seu esconderijo, faz um som e estalos com o bico ou possivelmente com a língua. O alarme é um grito agudo e violento, relativamente prolongado.
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