sexta-feira, 19 de agosto de 2011

A CERÂMICA UTILITÁRIA E DECORATIVA DE DONA NENÉM

AGOSTO DA ALEGRIA

Neste Agosto de 2011, mês em que o Governo do Estado, com a participação de várias instituições, está realizando o evento AGOSTO DA ALEGRIA, esse Blog presta uma homenagema (in memorian) a uma grande artesã e ceramista: Dona Neném, de Santo Antônio dos Barreiros, município de São Gonçalo do Amarente/RN

MARIA DAS NEVES FELIPE: Dona Neném - Ceramista de

Santo Antônio dos Barreiros – São Gonçalo do Amarante/RN

Nasceu em 15 de abril de 1927, começou a trabalhar ainda na infância aos 10 (dez) anos de idade, realizando inicialmente peças de lúdica, inicialmente cavalinhos. É de família ceramista, dos quatro irmãos, três trabalhavam como oleiros, sendo eles (Palmira, Miriam e Chiquinha). Suas peças eram pintadas com esmalte sintético (“tinta de porta”) ou toá (barro vermelho, toponímia tupi), obedecendo a um esquema nitidamente fértil, valorizando a disposiçã o fecunda, a coloração viva e quente e a utilização de frutos e flores como elementos de fertilidade.

O apelido de D. Neném, ainda permanece na memória dos ceramistas locais e pesquisadores, referência profissional, admirada por todos como uma verdadeira artista. Foi discípula de Antônio Soares com quem aprendeu a lidar com o barro, de forma profissional. Com o mestre ela iniciou alisando suas peças, talvez seja por isso que se especializou nessa fase do processo, dedicando maistempo que o de costume, obtendo assim uma áurea inigualável. Ela sempre se preocupou com a qualidade e nunca com a quantidade de suas peças artesanais Aprendeu assim a modelar o galo de barro branco, aplicando pela primeira vez em sua superfície, delicados ramos de folhas verdes e flores vermelhas, pintados com grande segurança em tinta óleo e que regularmente apresentava variações. O efeito era bastante atraente resultante do contrastecom a cor clara e natural da cerâmica após a queima. Suas peças em comparação com as de Antônio Soares eram menos bojudas e volumosas, sendo assim D. Neném conseguiu imprimir sua personalidade em suas artesanais. Além do galo sua produção incluía ainda a confecção de bonecas, garrafas e quartinhas, igualmente pintadas com semelhante esmero, caracterizando seu gosto pela louça de feição decorativa. Fonte: www.saogoncalorn.com.br

Galo de argila branca – Artesanato de Dona Neném

(Acervo particular de José Alaí de Souza)

Foto/arquivo: José Alaí de Souza

DONA NENÉM

Autor: Deífilo Gurgel - Pesquisador, poeta e folclorista

D. Neném é a mesma
Maria das Neves, ha-
bitante de Santo Antônio
dos Barreiros, Potiguar.

D. Neném faz figuras
De barro, como não há,
mas principalmente, faz
uns galos de admirar

A Campanha de Defesa
do Folclore imprimiu
um cartaz com um desses galos
que correu todo o Brasil.

No entanto, D. Neném
nunca saiu do seu canto.
Seu riso é breve e modesto,
Ninguém lhe sabe do pranto

No artesanato vigora
esta lei, cruel e dura:
o criador nada vale,
vale mais a criatura.

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