Feriado dos Mártires de Uruaçu e
Cunhau.
O feriado
estadual do dia 3 de outubro é uma homenagem aos mortos durante dois
massacres. Um ocorrido na Capela de Nossa Senhora das Candeias, no Engenho
Cunhaú, no município de Canguaretama, e o outro na Comunidade Uruaçú, em São Gonçalo do Amarante.
No total, 151 pessoas foram cruelmente assassinadas por soldados holandeses e índios. O massacre ocorreu em 1645 e teve como destaque as figuras do Pe. André de Soveral e o camponês Mateus Moreira, que teve o seu coração arrancado pelas costas, enquanto repetia a frase “Louvado seja o Santíssimo Sacramento”.
A lei que originou o feriado de 03 de outubro no Estado é de autoria do deputado José Dias. Ela foi aprovada pela Assembléia Legislativa e promulgada pela então governadora Vilma de Faria no dia 06 de dezembro de 2006 e publicada no Diário Oficial do Estado no dia 07do mesmo ano.
HISTÓRIA DOS MÁRTIRIS
Mateus Moreira (acima), Padre André de Soveral
e o camponês Ambrósio Francisco Ferro
Em 16 de julho de 1645 o padre André de Soveral e outros 70 fiéis católicos foram cruelmente mortos por centenas de soldados holandeses e índios potiguares. Os fiéis participavam da missa dominical na Capela de Nossa Senhora das Candeias, no Engenho Cunhaú, município de Canguaretama, no litoral sul potiguar. Os holandeses eram calvinistas e teriam promovido o massacre por intolerância ao catolicismo.
Capela onde houve o massacre de Cunhau
Santuário em homenagem aos martiris em Uruaçu
Existia um povoado chamado "Engenho Potengi" que vivia onde hoje é atualmente o município de São Gonçalo do Amarante. Segundo registros, esse povoado pertencia a Estevão Machado de Miranda, cuja família, bem como os habitantes do povoado, resistiram aos ataques dos holandeses.
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Esse massacre ficou conhecido como "Massacre de Uruaçu" como momento ímpar de resistência, de fé e de defesa dos princípios de liberdade.
No ano de 1698, os holandeses afastaram-se do povoado e começaram a chegar os primeiros grupos de exploradores, vindos de Pernambuco. Entre eles, os portugueses Ambrósio Miguel de Sirinhaém e Pascoal Gomes de Lima, que chegaram ao povoado no ano de 1710, instalaram suas famílias nas proximidades do rio Potengi, na vizinhança do antigo e histórico Engenho Potengi que deu início a organização do novo povoamento. Foram esses portugueses que construíram dois sobrados e uma capela em homenagem a São Gonçalo do Amarante, com a imagem do santo padroeiro esculpida em pedra e colocada imponentemente no altar.